quarta-feira, 25 de março de 2009

Performagem


Performance // Hertzberger

A pichação do edifício e do profeta Gustavo remetem à degradação do espaço público. Segundo Hertz, o vandalismo provém da alienação dos indivíduos na sociedade, da não-identificação do usuário com o espaço utilizado por ele (reparem no profeta-iluminado- assustado com a pichação!). A performance do meu grupo mostrou a alienação individual com um sobe-e-desce sem parar...

Já a imagem da direita, que remete à imaginação, à sensibilidade e a traços afetivos com o ambiente (lembrando da deriva e do flâneur!...) representa uma nova percepção do espaço (seria o que nós estamos aprendendo desde as primeiras aulas). A esse aspecto, associamos a fala do Hertz sobre a identificação pessoal com o espaço. Nossa performance mostrou um pouco disso com o papel crepom (a trama!) ornamentando a escada (a urdidura!).

A idéia foi montar uma imagem que resumisse tudo o que vimos nas aulas de Plástica e Expressão Gráfica e o aspecto, para mim, mais relevante do livro lido: a alienação que reina na sociedade e a perda, por inúmeras vezes, da sensibilidade em relação ao espaço e nas relações humanas...

segunda-feira, 23 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

Três estratégias de caminhar, três modos distintos de perceber o espaço




1 - DERIVA: é o andar sem rumo propriamente dito, que possibilita uma percepção diferenciada do espaço -ao contrário do caminhar cotidiano, vinculado à pressa e à alienação do sistema capitalista-; técnica empregada pelo movimento situacionista, fundado nos anos 50 por Guy Debord, em Paris. Consistia na construção de situações durante o caminhar, a livre associação de lugares e objetos -possível pelo inconsciente humano-. Os situacionistas estudavam o comportamento e as sensações humanas através da elaboração de "mapas afetivos", que levavam em consideração registros essencialmente humanos no meio urbano, método chamado psicogeografia. O situacionismo visava ao fim da "espetacularização urbana" e à participação dos cidadãos como "vivenciadores", transformadores do espaço urbano.

O situacionismo, como teoria urbana crítica, de acordo com a professora Paola Jacques, da UFBA, é um convite a se pensar agora, em conjunto com os "vivenciadores" contemporâneos, o futuro das cidades existentes e a construção de novas cidades, no futuro.

2 - FLANERIE: termo proveniente de flâneur -figura do burguês que vaga descompromissadamente pela cidade, criada pelo francês Charles Baudelaire-. De acordo com o cronista pré-modernista João do Rio, em sua obra A Alma Encantadora das Ruas, o flâneur é um "andarilho lírico, que perambula com inteligência e tem o vírus da observação ligado ao da vadiagem" e é um crítico da modernidade, pois tem um olhar descentrado da valorização do que é convencional, padronizado; a idéia de flanerie foi desenvolvida pelo judeu alemão Walter Benjamin e consiste em uma caminhada sem rumo, com a percepção espacial profundamente atrelada à sensibilidade do pedestre.

3 - LE PARKOUR OU PARKOUR: prática contemporânea que, com o passar dos anos, difundiu-se nas cidades. Consiste em perceber o espaço urbano de forma diferente da convencional, transformando as construções urbanas em obstáculos físicos a serem vencidos; é um caminhar que propicia "novos momentos" ao pedestre, conforme objetivavam os situacionistas, através da execução livre e aleatória de exercícios físicos desafiantes.